segunda-feira, outubro 06, 2008

Parece que a fluência dos passos, das distintas intenções que temos no decorrer de um mês, de alguns meses, de um ano, ou mais, parece que essa fluência dos passos se tropeça e sobrepõe nas mesmas intenções. Isto é, pouco se tem certeza do que foi dito, o que foi dito se contradiz com o que foi sentido, o que se sente é de uma fugacidade tremenda. O reflexo dessas incertezas, dessa dor de Pessoa, se dá até mesmo, veja só, no corpo, na carne febril que sua suas enfermidades químicas e psíquicas. Essa moleza da febre, que nos envolve em danças de passos ao trabalho, desses passos que não podemos desviar, pois o que nos diz respeito jaz apenas no que podemos ou não podemos fazer. Essa moleza da febre, que nos dá uma impressão diferente do tempo, que só confirma que o tempo é longo para aquele que se vê preso à ele. O tempo é líquido no vômito do bêbado deitado ali, no meio-fio. O tempo é gasoso pro fumante, que sopra tua vida entre teus dedos, no relaxamento prazeiroso de algumas horas a menos de vida. O tempo é sólido apenas para aquele que, envolto de concreto, engole aquelas cápsulas para o rim e outra para o coração, este tão pouco atentado, tão esgotado de trabalho.

*Coiffeur - Feriado*

Noite Adentro.

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